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  • TRAGÉDIA

 

ANUNCIADA – II

 

A enxurrada de lama formada após o rompimento de duas barragens da mineradora Saramarco em Mariana/MG na quinta-feira despertou finalmente a atenção para a situação de risco anunciada aqui, em 2014, pelo consórcio ESBR, de Jirau. Este blogueiro já havia chamado a atenção para o risco de acontecer um verdadeiro tsunami em Porto Velho caso fosse rompida a barragem de Jirau, que levaria consigo sem dúvida alguma a de Santo Antônio e mais da metade de Porto Velho, junto com o que mais estivesse pela frente até o Atlântico. Muita gente protestou à época, me acusando de provocar pânico (houve até tentativa de ridicularizar o blogueiro com um comentário idiota “esclarecendo” que tsunami só acontece no mar). O episódio de Mariana deixou todo o mundo com os cabelos arrepiados. Afinal, se comparado ao Madeira, o rio do peixe não passa de um mero córrego, ou Igarapé, como preferem por aqui.

A Assembleia Legislativa do Amazonas realizou uma audiência pública para discutir os “Impactos ambientais da instalação das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau na calha do Madeira”. A preocupação do deputado Dermilson Chagas (PDT-AM), autor da proposta, é plenamente justificável, segundo o doutor Philip Fearnside, do Impa. Ele esclarece que a falta de uma avaliação séria antes da obra colocou as barragens sob risco de rompimento, pois basearam-se apenas nas cheias anteriormente registradas e foram surpreendidas pela elevação das águas no ano passado. O professor adverte que novas cheias ainda mais graves poderão acontecer com as mudanças climáticas da região.

A lama das barragens mineiras.  avançou pelo leito do rio Doce e chegou ao Espírito Santo na madrugada de hoje (10). A primeira cidade afetada é Baixo Guandu, na divisa com Minas Gerais, de acordo com cálculos do CPRM (Serviço Geológico do Brasil). Por conta da possibilidade de contaminação, o abastecimento de água foi paralisado nas cidades do noroeste capixaba.

Segundo o biólogo André Ruschi, diretor da escola Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi, em Aracruz (ES), a onda de lama que desce pelo rio Doce atingirá, no total, uma área de cerca de 10 mil quilômetros quadrados no litoral capixaba – área equivalente a mais de seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Será que dá para imaginar o que aconteceria por aqui?

Vejam o que escrevi e o que foi comentado em 18/02/2014

Tragédia anunciada

Autoridades querem saber o real significado da “instabilidade” à qual se refere o Consórcio ESBR

Não partiram do blogueiro as previsões apocalípticas sobre a instabilidade do coeficiente de segurança da barragem da hidrelétrica de Jirau. Elas foram levantadas pelo próprio consórcio construtor. Não se sabe exatamente se são apenas um blefe para impedir a elevação da cota da barragem de Santo Antônio ou se o risco de ruptura da estrutura da barragem realmente existe. É exatamente o esclarecimento dessa situação que as autoridades rondonienses querem exigir do Consórcio Energia Sustentável do Brasil.

Embora as autoridades procurem evitar previsões alarmistas capazes de disseminar o pânico em meio à população, o pior cenário não é descartado. Não se pode deixar de trabalhar com perspectivas realmente assustadoras. Há sim, bases científicas para os indicativos de catástrofe. A barragem se sustenta em dois fatores: peso e coeficiente de atrito. Se é formado um lago à jusante, ou seja, após a barragem rio abaixo, que é a situação da qual o consórcio ESBR reclama, a própria água reduz o peso da estrutura – princípio de Arquimedes – e a barragem pode sofrer um arrasto com o consequente rompimento.

Mas a formação do lago à jusante significa também uma redução no volume de energia produzida por Jirau, o que pode vir a ser a verdadeira razão da manifestação do consórcio, o que também é possível. É claro que caso isso se confirme o empreendedor terá que ser adequadamente responsabilizado. A situação, afinal, foi criada pelo próprio consórcio ESBR, que forçou para baixo os preços na licitação e mais tarde compensou os prejuízos com a transferência da barragem para o chamado “Caldeirão do Inferno” (chamei equivocadamente de “caldeirão do diabo”, mas o chifrudo é apenas o dono da casa), 13 quilômetros abaixo da localização original, em Jirau. Com isso, a barragem foi instalada exatamente no lago de Santo Antônio, daí a razão da celeuma entre os empreendedores.

É claro que não se pode culpar Santo Antônio ou Jirau pela totalidade dos problemas vividos hoje por Rondônia com as cheia do Madeira. Mas boa parte deles são de responsabilidade dos empreendedores sim senhor. O Ministério Público já havia advertido sobre isso. Os gestores de Santo Antônio vêm a público dizer que a mesma quantidade de água que entra na barragem é a que sai. Mas nada diz sobre o efeito remanso, que bloqueia a saída e represa os rios e canais tributários, levando a inundação para muito além do lago propriamente dito. E mais: se nada de pior acontecer, ou seja, no mais otimista dos cenários, Porto Velho vai amargar um desbarrancamento verdadeiramente catastrófico depois que as águas baixarem.

COMENTÁRIOS

Fui brindado com alguns comentários sobre o texto veiculado ontem. Selecionei alguns, a cujos autores tenho o prazer de procurar esclarecer:

Gustavo Nardino – “Nunca vi tanta asneira junta na minha vida. Os argumentos que você utilizou não tem base lógica e científica alguma. Reveja isto por favor. Apesar de tudo, seu blog é muito bacana, continue assim. Abraços”.

Blogueiro – Permito-me discordar, caro Gustavo. Não sou técnico no assunto, mas jornalista é obrigado a se tornar especialista em assuntos gerais. Quando tenho dúvidas sobre alguma questão, tenho a necessária humildade para me informar com quem sabe. Obrigado pelos considerações elogiosas sobre o Blog do CHA. A propósito: um amigo muito querido dizia que “Asneira” é pé de asno. Use asnice.

Jefferson Cordeiro,  de Santa Cruz do Capiberibe, Permambuco – Será o novo Messias? Profeta do século XXI?

Blogueiro – Não sou nenhuma encarnação de Antônio Conselheiro, caro Jefferson Cordeiro. Mas compreendo sua surpresa, especialmente porque você parece não conhecer o rio Madeira. Imagino que tanta água assim você deve ter visto apenas na Bíblia, na travessia do Jordão.

Hércules Goes – Por mais que as vozes em contrário tentem calar a voz da imprensa ambiental comprometida com a verdade, os verdadeiros jornalistas do clima e do ambiente não ficam calados ante toda e qualquer espécie de barbárie ambiental e denunciando aos tribunais climáticos planetários e o mais significativo que é a Conferencia Parte do Clima Cop 20 da Onu em curso para dezembro de 20l4 e o XIII Seminário Internacional de Sustentabilidade 3l de outubro na capital das cheias.

Blogueiro – Está registrado o recado. Vou cobrar pelo merchan.

Lucas – Amigo: use dados com fontes confiáveis, você não pode sair por ai anunciando uma tragédia sem ser ter um laudo que comprova o que você está falando. Você pode deixar um estado em alerta por causa de uma noticia descabida como essa, um senhor da sua idade já deveria pensar nas consequências de coisas do tipo.

Blogueiro – Não sei qual é a sua idade, caso Lucas, mas se for quem penso você não é tão jovem assim. Ademais, a experiência que adquiri com a idade ensina que a verdade é sempre o melhor produto para trabalhar. Estou ficando mais velho, mas não necessariamente mais burro. As previsões catastrofistas partiram do Consórcio ESBR. Se são verdadeiras ou não é exatamente o que as autoridades estão buscando esclarecer.

Fracisco Américo Hauser –  Caro Jornalista, o assunto “Tragédia Anunciada é da mais alta relevância pois envolve a vida dos cidadãos de Porto Velho e região e significativo volume de bens materiais. Acredito que cabe ao Governo do Estado, amparado pelo CREA/RO e pela OAB/RO mover ações judiciais que não permitam que a tal “Tragédia Anunciada” venha ocorrer. A gravidade desta “Tragédia Anunciada” se sobrepõe aos interesses eleitoreiros do ano político, o Jornalista não deve pensar em um procedimento de jornalismo investigativo mas na sensibilização das autoridades responsáveis pelos cidadãos e seu patrimônio, porque depois da “Tragédia Anunciada” ocorrer “não adiante chorar sobre a água derramada”.

Blogueiro – A providência já foi anunciada, caro professor, pelo Ministério Público de Rondônia em conjunto com o Ministério Público Federal.

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  • Postado por: Carlos Henrique

Data: 09/11/2015

      Obras da BR-425
desmentem CNT

Faltam menos de seis quilômetros para que as obras de pavimentação da BR-425 atinjam o entroncamento com a BR-364, no distrito de Abunã. E mesmo com as chuvas será possível concluir esse pequeno trecho até dezembro. Isso não significa a conclusão do trabalho, posto que a cobertura será apenas preventiva, com o chamado TSD – aquela camada de pavimentação mais grosseira –  para evitar que a chuva possa danificar o trabalho de compactação já realizado. Mesmo assim, a estrada ficará em condições bastante satisfatórias de trafegabilidade, o que já acontece nos demais 150 quilômetros, boa parte dos quais já coberta inclusive pelo asfalto emborrachado, a primeira aplicação em uma rodovia rondoniense.

 

A informação é do engenheiro Anísio Rodrigues de Carvalho, gerente de contrato da construtora Rondônia Transportes e Serviços Ltda, responsável pelos dois trechos da obra. Ele acrescentou que a empresa teve o cuidado adicional de implantar uma sinalização provisória mesmo nos trechos ainda não totalmente concluídos, como forma de oferecer maiores condições de segurança aos motoristas. A pintura das faixas de sinalização horizontal não é definitiva, ao contrário do que chegou a ser noticiado pela imprensa, mas apenas um cuidado adicional para com a segurança dos usuários. Ou seja: alguns sites de notícias estão condenando a empresa por excesso de zelo. Ou carência de informação.

 

Da mesma formaestão equivocadas as informações da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que publicou estudo sobre a qualidade da malha rodoviária no país e classificou de “ruim” a situação da BR-425. Mesmo ainda distante do término da obra de reforma, previsto para agosto de 2016 conforme o cronograma, são bastante satisfatórias as condições da rodovia, segundo os próprios usuários. A não ser, claro, pelas pontes de ferro da antiga Madeira-Mamoré, nas localidades de Ribeirão e Araras. Verdadeiros monumentos ao atraso que insistem em permanecer na BR-425, as novas pontes já têm até seu projeto concluído e o DNIT trabalha para viabilizar os recursos necessários à execução da obra.

As dificuldades da economia nacional têm, é claro, refletido pesadamente no fôlego financeiro da construtora e penalizado o ritmo das obras, apesar do grande volume de trabalho desenvolvido em oito frentes na rodovia e da qualidade do empreendimento, realizado com as mais modernas técnicas – fato atestado inclusive pelo engenheiro Cláudio Gama, responsável técnico da Consol – Engenheiros Consultores, empresa contratada pelo DNIT para supervisionar a obra. Ocorre que a emulsão asfáltica – cimento asfáltico em estado líquido, usado para impermeabilização – e o CAP – principal constituinte dos revestimentos asfálticos de alto padrão como o CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente somente são fornecidos para pagamento à vista.

Apesar disso o trabalho, segundo o Coordenador de Engenharia do DNIT, engenheiro Alan Lacerda, prossegue absolutamente dentro do cronograma, embora a estrada, totalmente remodelada, já ofereça hoje boas condições de trafegabilidade e segurança em mais de 96% do trecho total. Alan Lacerda chama, contudo, a atenção dos usuários para a necessidade de cuidados na nova estrada. É que, acostumados às dificuldades da velha rodovia, os motoristas tendem a “apertar o pé” na nova BR, o que compromete a segurança e pode ocasionar graves acidentes.

 

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  • Postado por: Carlos Henrique

Data: 30/09/2015


DNIT diz que obras
da ponte não param

Não há risco de paralisação das obras da ponte sobre o rio Madeira – BR-364, distrito de Abunã, em Porto Velho. O cronograma está inclusive adiantado e o clima tem colaborado, com a baixa nos níveis da água, o que facilita enormemente o trabalho da Construtora Arteleste. Estão da mesma forma assegurados os recursos necessários à continuidade dos trabalhos até à conclusão, posto que a obra é classificada como prioridade no orçamento da União e no PAC.

 

A informação é do engenheiro Alan Oliveira de Lacerda, supervisor da Unidade Local Porto Velho e indicado para a chefia do Setor de Engenharia com a posse de Sérgio Mamanny na titularidade da Superintendência Regional RO/AC. O empreendimento acaba inclusive de receber o compromisso da procuradora da República em Rondônia, Gisele Dias de Oliveira Bleggi Cunha, que negou, em pronunciamento distribuído à imprensa, que tenha a intenção de pedir na justiça a paralisação das obras.

 

A procuradora demonstra, com isso, sensibilidade social para com a dramática situação das centenas de milhares de famílias de considerável parcela do território rondoniense, na região de Ponta de Abunã, e de todo o estado do Acre, que sofrem com a elevação dos preços e atrasos na entrega dos produtos de consumo em decorrência das elevadas tarifas e da demora na travessia do rio.

 

Ela mostrou ter consciência de que a ponte significa a redenção para toda essa gente, além de representar igualmente forte componente de estratégia econômica e geopolítica para a região amazônica e o país, pois consolida a abertura dos mercados asiático e andino para nossos produtos. A ponte é o elo que falta para tirar Rondônia e Acre da condição de fim de linha da geografia brasileira para situar no coração da logística continental, com excepcionais ganhos na redução de distâncias, economia de frete e competitividade dos preços no mercado internacional. O Brasil ganha com o que sai daqui, mas pode ganhar muito também com o que pode vir de lá, com a ocupação dos caminhões vazios” – disse ele.

 

Marinha admite sabotagem

 

Alan Lacerda preferiu não comentar o trabalho que está sendo realizado pelos técnicos do DNIT para avaliação dos custos da mudança dos atracadouros das balsas para uma área a jusante (abaixo) das obras da ponte. Isso não impede, contudo, que a experiência de técnicos ligados ao transporte hidroviário desaconselhe a iniciativa, por demorada, cara e em pouco tempo absolutamente inútil, a partir da abertura da ponte ao tráfego de veículos.

 

O mais adequado, para prevenir a repetição de acidentes como os que ocorreram quando as balsas ficaram estranhamente à deriva para chocar-se e destruir as estacas-raiz instaladas para receber os pilares da ponte seria a adoção de medidas de segurança pela própria Rodonave, cujos equipamentos foram, afinal, provocadores dos acidentes. A Marinha constatou que apenas um rebocador fica de sobreaviso para socorrer as balsas em caso de pane dos motores durante a travessia do rio. Isso não adianta coisa alguma, pois o socorro – se funcionasse – demoraria pelo menos dez minutos para chegar até à balsa.

 

Ou seja: não chegaria – como não chegou – a tempo de evitar os acidentes. Os especialistas recomendam que seja exigido da Rodonave maior treinamento dos operadores das balsas, bem como a instalação de um motor reserva em cada equipamento, pronto para ser utilizado em caso de pane do primeiro. É claro que a manutenção obrigatória, regular e preventiva das balsas é algo tão obvio que torna dispensável a referência.

 

A menos que a intenção fosse exatamente a provocação dos acidentes, como forma de atrasar as obras da ponte ou, com alguma sorte dos eventuais mentores da estratégia, paralisar as obras. Improvável? Não é o que pensa a Marinha, cujas investigações não descartam a possibilidade de sabotagem por parte da empresa Rodonave Navegações, maior interessada na paralisação da obra. É exatamente isso que informou o delegado da Delegacia Fluvial  da Marinha do Brasil em Porto Velho, capitão de corveta Félix Carlos Júnior, para quem nenhuma hipótese é descartada na investigação, inclusive a sabotagem.

 

De qualquer forma as atenções estão voltadas para acompanhar o desenrolar da questão, pois que não pode ser desconsiderada a eventualidade de novos “acidentes” para pelo menos retardar o andamento das obras, conforme observou o senador Jorge Viana na Tribuna do Senado, uma voz à qual se uniram em coro os senadores Valdir Raupp e Sérgio Petecão. “Vamos permanecer atentos – disse Jorge Viana – pois a empresa Rodonave, de um ex-deputado do PP Roberto Dorner, do Mato Grosso, tem uma mina de ouro nas mãos, é o melhor dos negócios, cobra um absurdo e não quer nunca que a ponte aconteça, porque vai matar a galinha dos ovos de ouro”.

 

Veja imagens recentes das obras

 

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ACRE SOB AMEAÇA:

MPF pode parar
ponte de Abunã

Carlos Henrique Angelo

Depois dos acidentes provocados pelas balsas que fazem a travessia do rio Madeira no distrito de Abunã, na BR-364/RO, que se chocaram, desgovernadas, aos pilares nas obras da ponte, o Ministério Público Federal em Porto Velho decidiu investigar a ponte. Isso mesmo: A procuradora Gisele Dias de Oliveira Bleggi Cunha determinou a abertura de procedimentos para investigar a obra. Ela quer apurar “supostas irregularidades na construção da ponte no local”. E “eventuais riscos à navegação das balsas que operam no transporte de passageiros e cargas no cruzamento do rio”. Ela parece crer que a ponte representa ameaça à segurança dos passageiros e até do meio ambiente, pela possibilidade de derramamento de derivados de petróleo e outros produtos químicos no rio.

 

A notícia causou forte reação entre os técnicos do DNIT, especialmente pelo coro afinado do MPF, da Antaq e da Marinha. A reação é plenamente justificada já que sua argumentação seria algo equivalente a imaginar que o rabo possa abanar o cachorro, ou culpar o apito pela fervura da água na chaleira. É da mesma forma surpreendente a comunhão do mesmo raciocínio claramente equivocado. Se as balsas ficam, afinal, à deriva e se chocam aos pilares da ponte, quem é a vítima nessa história? Vale lembrar que a procuradora já foi exonerada do cargo por decisão do Conselho Superior do Ministério Público, com relatório assinado pelo próprio Rodrigo Janot, para quem ela teria demonstrado “incompetência técnica, falta de aptidão para o cargo, falta de senso de responsabilidade, ausência de equilíbrio e despreparo ético”. Giseli Cunha só voltou ao cargo por decisão da justiça federal, que não reconheceu no Conselho competência para a medida, adotada após a conclusão do período probatório (ver box).

 

A Marinha está transferindo para a Arteleste – empresa que executa as obras da ponte – a responsabilidade pela construção de novos atracadouros para as balsas à jusante (abaixo) do local da ponte. A ideia pressupõe uma série de impeditivos, que vão desde o elevado custo da construção de um desvio de quilômetros na rodovia – que não estão, definitivamente, no escopo do contrato celebrado com o DNIT, até à derrubada de floresta nativa, licenciamento ambiental e toda a série de providências burocráticas que demanda. Mas embute uma verdadeira armadilha para os moradores da região: parar a obra enquanto não se providencia a construção dos novos atracadouros. É o sonho acalentado pela Rodonave.

 

A mudança dos atracadouros foi inclusive sugerida pela Antaq em Brasília. Mas, segundo o ex-superintendente do DNIT, engenheiro Fabiano Cunha, não se tratava de uma recomendação, mas de uma exigência a ser cumprida pela Rodonave. A empresa seria inclusive, segundo ele, notificada a respeito pela Antaq, o que parece não ter se confirmado.  É interessante observar que não houve, também, qualquer procedimento para apurar a responsabilidade pelas panes de motor que deixaram as balsas à deriva para provocar os acidentes. Não há qualquer referência nos documentos da Antaq, Marinha e MPF à precariedade dos equipamentos, à falta de manutenção ou de qualquer outra medida de segurança, como foi exigido das balsas que operaram na construção das barragens das hidrelétricas. As medidas de segurança exigiam até motores reserva instalados em cada uma das embarcações, para entrar em ação imediatamente em qualquer pane.

 

O alvo das suspeitas e suposições agora é exclusivamente a ponte, que, na verdade, ameaça de fato por fim ao faturamento milionário da Rodonave – empresa que explora o serviço de balsasdesde 1988, quando sem qualquer licitação, substituiu o Exército na operação da travessia. A verdade é que se nenhuma voz se levantar na defesa das populações do Acre e da região de Ponta do Abunã, em Rondônia, o desenvolvimento da região continuará vergonhosamente dependente e ao sabor da precariedade dos serviços prestados pelo ex-deputado Roberto Dorner e sua Rodonave, que não poupam esforços para continuar faturando alto com o atraso de imensas regiões. Isso aconteceu com as obras da ponte da BR-319, no chamado “bairro da Balsa” – região urbana da capital. Não é difícil imaginar que, não fosse a enchente histórica do rio, alguns dos moradores instalados precária e irregularmente em barracos na faixa de domínio do DNIT ainda estariam por lá, recalcitrantes e obstinados (e remunerados) impedindo a conclusão das obras.

 

Parece óbvio que a Rodonave está por trás dessa nova investida para impedir a continuação das obras da ponte. Seus advogados já recorrerem até à Justiça em busca da paralisação das obras alegando irregularidades. Mas esbarraram na decisão do juiz Flávio Fraga e Silva, da 2ª Vara Federal, que indeferiu o pedido de liminar. Mesmo assim a empresa permanece na busca obstinada pela manutenção dos privilégios à custa da elevação do custo de vida, dos prejuízos para a economia do Acre e de todo o país com o bloqueio literal da saída para o Pacífico e do sofrimento de praticamente um milhão de pessoas em Ponta do Abunã e em todo o estado do Acre. A travessia do rio pode demorar até 12 horas e cada carreta é obrigada a desembolsar R$ 190 pela travessia.

 

 

Interesses convergentes

 

Cumpre observar que em seu discurso de despedida na Câmara Federal, Roberto Dorner disse: “Despeço-me desta Casa, mas isso não significa que estou me despedindo da vida pública. Minha jornada de contribuição por um Brasil melhor continuará, mesmo sem mandato. Estarei à disposição como sempre estive, com um apoio desinteressado de quem deseja somente uma vida digna a todos os brasileiros. A todos que acreditaram que é possível fazer política séria, sem corrupção, não fica o meu adeus, e, sim, um até breve”. O discurso seria até comovente, se merecesse um mínimo de credibilidade. A única verdade é que, lamentavelmente, ele realmente está de volta, para infelicidade de toda a região.

 

E seus interesses encontraram audição sensível nos ouvidos da procuradora Gisele Dias de Oliveira Bleggi Cunha, cuja exoneração já foi determinada, em maio de 2012, pelo Conselho Superior do Ministério Público, em processo cuja relatoria coube ao atual procurador–geral, Rodrigo Janot. Ele escreveu, em seu parecer pelo afastamento que “ao se defender das acusações, Gisele alegou desconhecer regras internas do Ministério Público e algumas leis. Essa argumentação é insustentável e, mesmo se fosse verdadeira, pioraria a situação. Por quê? Por indicar fortemente incompetência técnica, falta de aptidão para o cargo, falta de senso de responsabilidade, ausência de equilíbrio e despreparo ético”. Ela foi, contudo, reconduzida em liminar concedida pela Justiça Federal, por já terem sido superados os dois anos de estágio probatório, o que retiraria do Conselho Superior o direito de exonera-la.

 

 

 

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  • Postado por: Carlos Henrique

Data: 08/09/2015

 

Nazif quer ligar drenagem
de bairros à rua da Beira.
E criar uma inundação só

 

Por incompetência ou má-fé (ou ambos), o prefeito Mauro Nazif, com a assessoria da Semob, anunciou dia desses a celebração de um acordo com o DNIT para as obras da travessia urbana de Porto Velho – mais um capítulo da novela dos viadutos. Anunciado com pompa e circunstância, o tal acordo nada tem a ver com a continuidade das obras. Ao contrário: o que a Prefeitura pretendia, com a anuência do superintendente em exercício do DNIT, engenheiro Robson Carlindo Santana Paz Loures, seria utilizar o sistema de drenagem construído para atender à rua da Beira – marginal da BR-364 – para interligar o sistema de drenagem do bairro Fortaleza. Só que a drenagem da rodovia foi projetada para atender apenas e exclusivamente à própria BR-364  naquela área.

Se houvesse a pretendida interligação, o que poderia acontecer, na melhor das hipóteses, seria uma imensa alagação na primeira chuva forte. Do bairro, que já está alagado mesmo agora, e da BR-364. No pior cenário, teríamos a repetição do que aconteceu recentemente na região do Tênis Clube, onde um bueiro não resistiu à pressão das águas e cedeu, levando consigo as duas pistas da rodovia. O tráfego teve que ser desviado pelos bairros da região de Ulysses Guimarães, Marcos Freire, JK e Tancredo. Foi um inferno o que causaram ali as centenas de bi-trens carregados trafegando diariamente pela precariedade das vias urbanas da área. O DNIT levou a culpa, mas a responsabilidade pelo desastre cabe à falta de Planejamento e fiscalização da Prefeitura, que permitiu a construção de milhares de casas e toda a água pluvial foi direcionada para o córrego que passava pelo bueiro da Rodovia. Deu no que deu.

Pois bem. O atual prefeito também quer deixar um desastre registrado em seu nome. Mauro Nazif já havia tentado acordo semelhante com o antigo superintendente do DNIT, Fabiano Cunha. Mas ele não foi besta e nem recebeu sua excelência. Robson Carlindo, no entanto, doido para permanecer no cargo, viu aí uma excelente chance de ocupar espaço na mídia e colher os benefícios de um bom relacionamento político para exibir no Ministério dos Transportes. Imaginou, com isso, melhor credenciar-se a se estabelecer no cargo. Sem apoio, porém, do corpo técnico, ele deduziu que qualquer consulta aos engenheiros do DNIT poderia comprometer a oportunidade. Como não conhece coisa alguma da realidade local – afinal, desembarcou em Porto Velho em maio e ainda não foi apresentado à torrencialidade de nossas chuvas – ele acabou caindo na conversa fiada do alcaide. Sorte que a vereadora Ana Maria Negreiros levou uma comissão de moradores, com acompanhamento de um engenheiro da Semob, para consultar o setor de engenharia do DNIT e saber quando é que, afinal, seria resolvido o problema do bairro Fortaleza.

A vereadora ficou furiosa ao saber da impossibilidade da proposta de utilização da drenagem da rodovia. O engenheiro da Semob ainda tentou sensibilizar o colega do DNIT argumentando até com os “benefícios sociais” da medida. Mas a impraticabilidade técnica felizmente prevaleceu e ficou o dito pelo não dito. A solução para a drenagem do bairro é a abertura de um canal de 700 metros pela Prefeitura, para conduzir em direção ao rio as águas do bairro – e de muitos outros que com certeza serão anexados em seguida ao sistema. Mas o raciocínio das “autoridades” é sempre o mesmo: se a drenagem da rodovia está logo ali, para que gastar dinheiro com outro canal? A questão incorpora um problema adicional: revoltados, os moradores daquela região já ameaçam com manifestações. Já se pode prever bloqueio da rodovia, quando na verdade deveria ser bloqueado o acesso à Prefeitura. Ou a casa do prefeito, pois não?

 

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