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Em Vilhena, padre e pastor comentam aborto de criança grávida do tio; assunto divide opiniões dentro do cristianismo

Em Vilhena, padre e pastor comentam aborto de criança grávida do tio; assunto divide opiniões dentro do cristianismo

Devido a repercussão do caso ocorrido no Espirito Santo, onde uma menina de 10 anos, que era abusada desde os 06 pelo próprio tio, apareceu grávida e a justiça autorizou a interrupção da gestação, o FOLHA DO SUL ON LINE procurou representantes locais do catolicismo e do protestantismo, para saber qual a opinião dessas duas religiões sobre este caso em específico, uma vez que é sabido de todos que o cristianismo repudia o aborto.

Em entrevista ao site, o padre Marcos Bento, responsável pela Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Vilhena, foi taxativo em afirmar que o catolicismo é totalmente contra o aborto, mesmo neste caso em especifico, que se trata de uma criança e de uma decisão judicial, uma vez que, segundo ele, “não se pode consertar um erro cometendo outro maior ainda”.

“ Os representantes de Deus e um juiz como representante da lei, jamais devem abençoar ou autorizar um aborto, pois não podemos tentar consertar um erro brutal e covarde, cometendo outro maior, que é matar um ser indefeso. E principalmente um médico não deve fazer isso, pois no dia da sua formatura, ele jura defender a vida acima de tudo”, afirmou o padre.

Ao ser questionado se sua opinião se manteria caso a vida da menina estivesse em risco com a gestação, por também ser indefesa devido a idade, motivo este que facilitou a prática do abuso, Marcos afirmou que a medicina é avançada e possibilitaria que a garotinha levasse a gestação até o final, no entanto, o aborto não irá extinguir da mente e da vida dela o trauma sofrido pelo abuso, o que o invalida, sendo até pior, pois quando ela se tornar uma mulher ciente das consequências do que foi realizado, terá mais um trauma para carregar, segundo o religioso católico.

Já diante da hipótese do caso ser real em sua paróquia, o padre afirmou que o conselho que daria para a família da menina, seria de levar a gravidez adiante e quando o bebê nascesse, fosse entregue para adoção, já que o que se quer apagar com o aborto é a existência de algo que lembre o abuso.

Já o pastor da igreja  Metodista, Fábio Cachone dos Santos, presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos de Vilhena (ORMEVI), salientou inicialmente que para o cristianismo evangélico, o aborto é repudiado por um aspecto ético cristão, levando em conta o valor da vida, uma vez que o assunto não está descrito claramente na bíblia.

No entanto, por meio desta mesma ética, argumenta o líder evangélico, este caso em especifico precisa ser analisado como um todo, não podendo ser resumido apenas na prática ou não do aborto como solução.

Sendo assim, ainda segundo Fábio, o andamento da gestação, ainda analisado sobre uma ética cristã, de fato deveria ser avaliado pelos médicos, que são os habilitados para assegurar a proteção da criança gestante, pois religiosos não são as pessoas mais indicadas para analisar tal questão, ainda mais olhando por um único ponto.

“Como conceito de ética cristã, precisamos levar todos os fatos em consideração, pois responder sim ou não para o aborto neste caso, e de longe, seria um tanto quanto irresponsável, já que a a resposta em si, leva em consideração muitos fatores”, firmou Fábio.

Já com relação aos protestos realizados por apoiadores e opositores da decisão judicial, tanto Marcos como Fábio compartilham da mesma opinião, de que se tratou apenas de pessoas defendendo interesses escusos aos de Deus ou ao que seria melhor para a vítima.

“Qualquer manifestação contra a criança precisa ser repudiada, pois ela é a vítima, assim como o fato de alguém se aproveitar do ocorrido para defender ou atacar uma ideologia é covardia”, concluiu o pastor.

FONTE: Folha do Sul Online
Fonte: Imagem ilustrativa

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